Descoberta a neurologia dos toques carinhosos
Neurologistas suecos publicaram, na
revista Nature Neuroscience, uma
descoberta que ajuda a perceber porque é que os bebés se sentem seguros com os
afagos da mãe e porque é que os adultos reagem com prazer a um carinho ou
abraço: existe um conjunto de fibras nervosas hipersensíveis na pele, que é
responsável pelo envio de informação ao cérebro quando somos tocados com
carinho, algo que, segundo a equipa do Hospital Universitário de Sahlgrenska,
na Suécia, não funciona com toques bruscos ou violentos.
Verificou-se, assim, que quando alguém recebe uma festa no braço, por exemplo, um conjunto de fibras nervosas mais grossas, existentes na pele, reage a esse contacto, enviando mensagens-relâmpago para uma zona específica do córtex cerebral. Ao mesmo tempo, um sistema de fibras nervosas mais finas envia informação para outra zona do córtex que reconhece a mensagem emocional transmitida pelo toque na pele, processando essa informação cruzando-a com a experiência física do individuo, o que resulta numa reacção de conforto e prazer como reposta ao carinho recebido.
Verificou-se, assim, que quando alguém recebe uma festa no braço, por exemplo, um conjunto de fibras nervosas mais grossas, existentes na pele, reage a esse contacto, enviando mensagens-relâmpago para uma zona específica do córtex cerebral. Ao mesmo tempo, um sistema de fibras nervosas mais finas envia informação para outra zona do córtex que reconhece a mensagem emocional transmitida pelo toque na pele, processando essa informação cruzando-a com a experiência física do individuo, o que resulta numa reacção de conforto e prazer como reposta ao carinho recebido.
Este estudo ajuda também a
interpretar a necessidade de contacto físico que os bebés sentem em relação às
mães, algo que se passa, no mesmo modo, com outros animais como já foi
verificado por estudos realizados com crias de macacos. Porém, as conclusões
retiradas do estudo não foram fáceis, uma vez que a experiência táctil dos
indivíduos, ao nível da pele, estimula com mais facilidade as fibras nervosas
mais grossas, fazendo com que a massagem emocional do afago mais carinhoso seja
menos perceptível.
Assim, os resultados só foram obtidos com êxito através da
participação no estudo de uma mulher que sofria de uma doença do sistema
nervoso que destruía a sensibilidade às sensações tácteis mais fortes, a qual,
apesar de não sentir o peso dos cobertores quando estava deitada na cama,
sentia, mesmo sem ver o que lhe acontecia, uma sensação de conforto e de
carinho, quando o seu braço era afagado com uma escova muito fina.
Ana Machado, Público,
2007-07-31